sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Movimento Social(Soc)

O conceito de movimento social é utilizado por autores de diversos quadrantes teóricos, desde representantes do estrutural-funcionalismo, como Smelser, passando pelas teorias da ação (neo)weberiana, até ao marxismo, o qual reivindica o conceito não só do ponto de vista analítico como de plataforma programática e prática para a transformação social. As razões e as formas de mobilização social, sendo de diversa ordem (económica, política, cultural, religiosa), encontram-se, em regra, interligadas. Para serem eficazes podem ser utilizados vários meios: abaixo-assinados, petições, manifestações, greves, formas de violência, incluindo a luta armada, apelos messiânicos. Ao lado de velhos movimentos sociais (camponeses, operários), surgem novos movimentos sociais, alguns dos quais com raízes históricas mais fundas (ecologista, feminista, étnicos).
O conceito de movimento social pressupõe o debate em torno da ação coletiva e dos modelos explicativos da mesma (ou da sua ausência). Para Smelser, as componentes básicas da ação coletiva e, consequentemente, do movimento social seriam, por ordem hierárquica decrescente, os valores, as normas, a mobilização da motivação individual para a ação organizada, as facilidades situacionais (ou obstáculos, em caso de não movimento social), nomeadamente informação, qualificações e equipamento, a fim de se obterem determinados objetivos concretos. Trata-se de um modelo cultural-normativista que inclui diversos ingredientes, como condutividade, pressão, crescimento e difusão da crença generalizada, mobilização dos participantes, controlo social, mas não coloca no centro da análise a conflitualidade entre classes/grupos sociais, nem revaloriza a ação destes como componente histórica imprescindível da formação e desenvolvimento das sociedades.

Nenhum comentário:

Postar um comentário